Iza e Yuri Lima: Entenda o perdão e a reconciliação após traição

 Especialista em relacionamentos explica o que acontece com os casais que passam por situações de infidelidade

                       

Nos últimos meses, o relacionamento da cantora Iza com Yuri Lima, ex-jogador do Mirassol, esteve sob os holofotes após uma traição por parte de Yuri ter abalado o casal. Porém, há notícias não confirmadas ainda, que o casal decidiu reatar. As informações foram divulgadas pela colunista Fábia Oliveira. Segundo ela, Iza teria pedido que Yuri deixasse sua carreira no futebol para integrar a equipe de sua empresa. Apesar de terem se reunido para morar juntos, o casal ainda não se pronunciou oficialmente sobre a reconciliação.

A reaproximação foi influenciada por familiares de ambos os lados. A família de Yuri desempenhou um papel crucial, encorajando-o a pedir perdão à cantora. Paralelamente, Isabel Cristina, mãe de Iza, aconselhou sua filha a refletir profundamente sobre a situação antes de tomar uma decisão final. A retomada do romance foi notada por um vendedor de uma loja de calçados no Rio de Janeiro, que relatou ter visto Yuri em uma chamada de vídeo carinhosa com Iza, o que rapidamente gerou especulações nas redes sociais e na mídia.

Para entender melhor a complexidade desse perdão e reconciliação, conversamos com a psicóloga especializada em relacionamentos, Sheyla Aguiar. Confira:

 

1. Como o contexto em que a traição ocorre pode influenciar a decisão de perdoar?

O contexto em que a traição ocorre desempenha um papel fundamental na decisão de perdoar, pois ele molda a percepção da gravidade do ato e as emoções associadas a ele. Diferentes fatores contextuais, como a motivação por trás da traição, a frequência, a natureza da infidelidade, o nível de comprometimento na relação, e o momento de vida em que ocorre, podem influenciar a forma como a pessoa traída interpreta o ocorrido e decide se é possível ou desejável perdoar.

 

É importante perceber como a traição leva ao rompimento de confiança. Compreender esses fatores e avaliá-los pode levar a uma possibilidade de reconciliação e crescimento. Se a traição é vista como resultado de problemas latentes a serem trabalhados, como a falta de diálogo, motivação e circunstâncias para a ocorrência da traição, a natureza da mesma, sua frequência e duração, a reação do parceiro traidor, o momento de vida e estado da relação naquele momento, história pessoal e crenças, são contextos que podem facilitar a escolha do perdão, pois criam uma complexa teia de emoções, pensamentos e decisões. O perdão, então, se torna não apenas uma resposta à traição em si, mas uma escolha profundamente influenciada pelas circunstâncias em que a traição ocorreu e pela dinâmica do relacionamento.

 

2. O perdão pode ser visto como sinal de fraqueza?  

Pelo contrário, o perdão pode ser considerado um ato de coragem, porque exige enfrentar e superar a dor emocional, ao mesmo tempo em que abre caminho para um novo começo. Ele representa um compromisso com o crescimento pessoal e do relacionamento, transformando uma experiência negativa em uma oportunidade de aprendizado e fortalecimento.

 

3. Quais problemas podem levar a uma traição, e como abordá-los pode fortalecer a relação?

Problemas como falta de comunicação, insatisfação emocional e desconexão, problemas financeiros, são frequentemente latentes e podem levar à traição. Abordá-los requer uma comunicação aberta e honesta, que possa ajudar os parceiros a compreenderem melhor as necessidades e expectativas do outro. Isso, por sua vez, pode fortalecer a relação e evitar que os mesmos problemas surjam novamente.

 

4. Em sua opinião, quais são os fatores essenciais para que o perdão e a superação de crises possam efetivamente reconstruir uma conexão perdida?  

Os fatores essenciais incluem disposição adicional para desejar manter a relação, crescer em maturidade e responsabilidade, compreender que essa reconstrução pode levar tempo, e que a pessoa traída também precisa de tempo para decidir perdoar, para que ela comece a esquecer a dor e não o fato. 

 

É necessário compreender como a relação contribuiu de alguma maneira para que tudo aquilo tenha ocorrido, porém, isso não serve como álibi para a traição, mas apenas como constatação de que algo na relação estava deixando a desejar. Ainda podemos avaliar que existem pessoas que traem por falta de caráter, por crença ou por simples descompromisso, e nesse caso, é necessário perdoar a si próprio por ter escolhido este(a) parceiro(a).

 

Comunicação saudável, sem magoar e agredir, de forma leve e com vontade de mudar e recomeçar com novas bases, é fundamental. Também é importante que ambos se sintam seguros em expressar sentimentos e trabalhar ativamente para restaurar a confiança.

 

5. Como você aconselha os casais a lidarem com o julgamento externo quando tomarem decisões, como perdoar uma traição?

Cada casal deve focar em suas próprias necessidades e sentimentos, em vez de se deixar influenciar por julgamentos externos. O importante é que suas decisões reflitam o que é melhor para ambos, garantindo que se sintam seguros e felizes com suas escolhas, independentemente das opiniões alheias.

 

6. Em quais situações a traição pode ser vista como uma oportunidade para reavaliar e fortalecer o relacionamento no futuro?

A fase de vida e o estado atual da relação também podem moldar a decisão de perdoar e levar a um novo futuro para a relação. Uma traição em um relacionamento já fragilizado pode ser o ponto final, enquanto em um relacionamento forte e estável, pode ser encarada como um desafio a ser superado em conjunto. 

 

Além disso, se o relacionamento passou por várias dificuldades e se manteve firme, o investimento emocional já feito pode pesar a favor do perdão e fortalecimento. A traição pode ser uma oportunidade para reavaliar a relação quando ambos os parceiros desejam enfrentar os problemas latentes que levaram à crise. Essa introspecção pode ajudar a estabelecer uma base mais sólida para o futuro, com uma compreensão renovada e um compromisso em melhorar e fortalecer a conexão.

 

Sobre Sheyla Aguiar

• Formação: Mestre em Matrimônio e Família pela Universidade de Navarra, Espanha  

• Áreas de Atuação: Psicoterapeuta de Casal e Família, Psicoterapeuta Humanista Existencialista/Fenomenológica, Logoterapeuta pela Sociedade Brasileira de Logoterapia  

• Publicações: Coautora do livro "Relações de Casal, Tempo de Mudança e Práticas Terapêuticas", Editora Sol  

 

Site: sheylaaguiarpsi.com.br/sheylaguiar.com.br  

Instagram: @Sheylaaguiar.psi


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