O alcoolismo é uma realidade
que deve ser amplamente discutida em todas as esferas da nossa sociedade. Por
isso, O Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED), em parceria
com membros do Grupo Redenção de Alcóolicos Anônimos, realizou entre os dias 23
e 24 de agosto, no Hospital Estadual de Formosa (HEF), duas palestras sobre o
processo evolutivo da doença e as medidas cabíveis de recuperação física,
mental e social do indivíduo.
O evento contou com a
participação dos conselheiros do IMED José Ronald Rocha e Miguel Tortorelli,
que também é vice-presidente da ONG Amor Exigente. A instituição atua no amparo
aos familiares dos dependentes de álcool e outras drogas. Por meio de
palestras, reuniões semanais e cursos, a organização não governamental oferece
à sociedade o suporte necessário para lidar com doenças como o alcoolismo, a adicção
e patologias derivadas do uso abusivo de substâncias químicas.
"O IMED tem um
compromisso com a conscientização a respeito do grave problema da dependência
química. Não poderíamos ser diferentes em relação aos nossos
colaboradores", afirmou Paulo Leme, diretor jurídico do Imed.
As palestras tiveram duas
horas de duração e grande número de colaboradores do hospital assistiram
atentos aos relatos. Embora o conceito básico da irmandade de Alcóolicos
Anônimos seja a recuperação do dependente, as apresentações tiveram o objetivo
de esclarecer dúvidas e falar sobre a doença do alcoolismo bem como a
recuperação da dependência.
Alcóolicos Anônimos
O alcoolismo foi declarado
como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1967. Entretanto, desde
1938, em Nova York, um grupo de homens já se reunia regularmente para falar
acerca dos motivos que os levaram à dependência física e mental do álcool. Ali
nascia a irmandade mundialmente conhecida como Alcóolicos Anônimos (A.A).
O uso abusivo de álcool pode
trazer sérios riscos para o dependente e, consequentemente, para familiares,
empregadores e para a sociedade. Segundo levantamento da Organização
Pan-Americana de Saúde (OPAS), cerca de 80% das mortes em que o álcool foi um
“fator importante”, ocorreram em três países latino-americanos. Sendo eles,
Estados Unidos (36,9%), Brasil (24,8%) e México (18,4%).
Além disso, o alcoolismo
debilita a saúde do dependente e compromete órgãos vitais como o fígado e o
cérebro. O levantamento da OPAS aponta ainda que, a maioria das mortes
relacionadas ao álcool foram causadas por doenças hepáticas (63,9%) e
distúrbios neuropsiquiátricos (27,4%).
Por outro lado, motoristas
embriagados também engrossam as estatísticas de imprudência e imperícia ao
volante. Seja por causarem inúmeros acidentes de trânsito nas ruas e estradas
brasileiras – alguns evoluindo para óbitos –, seja pelo elevado número de
admitidos no Sistema Único de Saúde em decorrência da ingestão de bebida
alcóolica.
“É importante falarmos disso
no HEF porque de uma forma ou outra lidamos diretamente com familiares e
dependentes. Por isso é essencial apresentarmos esses programas aos nossos colaboradores”,
explicou Felipe Uchôa, diretor técnico da unidade.
Amor Exigente
A gravidade desse problema
complexo de saúde pública – o alcoolismo – é motivo de muita dor e rompimento
familiar. A convite do IMED, a ONG Amor Exigente esteve presente durante as
palestras na unidade e explicou a importância da família durante o processo de
recuperação.
Como o álcool é compreendido
como uma substância lícita, o dependente demora muito para perceber que está
completamente viciado. De acordo com dados divulgados pela Fundação Oswaldo
Cruz (Fiocruz), mais da metade da população brasileira entre 12 e 65 anos
declarou ter consumido bebida alcóolica pelo menos uma vez na vida. Contudo,
44,5% acreditam que o crack tem maior risco de morte se comparado ao álcool.
Para a ONG Amor Exigente, que
acredita na qualidade de vida do dependente e na construção de um ser humano
cada vez melhor, não importa a droga de preferência e sim como a sociedade pode
contribuir para recuperar o indivíduo da dependência.
O IMED entende que uma maneira
eficiente de contribuir socialmente para a diminuição da dependência de álcool
é o alerta constante. Por ser uma substância que é vendida legalmente, a longo
tempo o álcool pode trazer prejuízos incontáveis.
Por isso, o Instituto acredita
na força da ampla divulgação de vias de recuperação para o indivíduo e
familiares e assim mantém suas portas sempre abertas para o diálogo com a
sociedade.
“Apresentar um caminho de
recuperação a dependentes de álcool e outras drogas também é um papel do
Hospital. Foi muito importante para todos nós o que os palestrantes
compartilharam nesses dias”, finalizou Vânia Fernandes, diretora do HEF.
Sobre o HEF
O Hospital
Estadual de Formosa foi estadualizado em abril de 2020. O processo teve início
em agosto de 2019 e passou pela aprovação da Câmara dos Vereadores e da
Assembleia Legislativa. O Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento –
IMED assumiu a gestão, em junho, com o compromisso de ampliar o atendimento à população
instalando 20 leitos de UTI para pacientes com Covid-19.
As obras estão
em andamento e durante o processo de regionalização a população continuará
contando com os serviços de Pronto Socorro 24 horas, clínica médica, ortopedia
e atendimento a gestantes. Passada a urgência da pandemia o Hospital com
melhorias na infraestrutura ficará para a região, ampliando as opções de
atendimento para usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).
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