Juscelino Kubitschek, que foi presidente do Brasil e senador por Goiás, com o jovem Iris Rezende | Foto: Reprodução
No livro "JK — O Artista do Impossível" (Objetiva, 798 páginas), Claudio Bojunga diz que o presidente Juscelino Kubitschek foi o presidente da "exceção" — no caso, exceção democrática. Os cinco anos de seu governo foram inteiramente democráticos e tudo floresceu — inclusive a música, como a Bossa Nova de João Gilberto, Tom Jobim e Nara Leão, e a literatura (João Guimarães Rosa, por exemplo).
A construção de Brasília foi decisiva para a modernização de Goiás. Sem a capital federal em território goiano, é provável que o desenvolvimento do Estado fosse bem menor do que é hoje.
Ao término do mandato presidencial, em 4 de junho de 1961, numa ação de congraçamento das forças políticas — com PSD e parte da UDN irmanados —, Juscelino Kubitschek foi eleito senador por Goiás pelo PSD. Ele obteve 146.366 votos contra 26.800 de Wagner Estelita Campos. Uma vitória massacrante. Era uma homenagem dos goianos e de seus líderes ao político que, enfrentando as poderosas do Sudeste brasileiro, teve coragem de mudar a capital para o Centro-Oeste do país. Infelizmente, em 8 de junho de 1964, o senador foi cassado pela ditadura civil-militar, então sob o comando do general Castello Branco (que, tempos antes, o presidente havia promovido).
Juscelino Kubitschek planejava ser candidato a presidente em 1965. Chegou a dizer que, se fosse eleito, faria um plano para desenvolver a agropecuária do país.
O engenheiro Henrique Meirelles planeja ser candidato a senador por Goiás, pelo PSD (o partido de JK tinha o mesmo nome).
Meirelles foi presidente mundial do BankBoston, quer dizer, nos Estados Unidos. Foi o primeiro e único brasileiro a dirigi-lo. Nos Estados Unidos, é considerado uma sumidade em termo de economia e finanças.
De volta ao Brasil, disputou mandato de deputado federal por Goiás, em 2002, tendo sido o mais votado. Como havia concedido uma entrevista na qual disse que sabia como resolver os problemas do Brasil — por sinal, publicada no Jornal Opção e levada para o presidente eleito Lula da Silva e seu então aliado Antônio Palocci —, foi convocado pela cúpula econômica do PT.
Como Antonio Palocci seria o ministro da Fazenda, Meirelles foi indicado para presidir o Banco Central. Do BC, em interlocução com o ministro da Fazenda, Meirelles contribuiu para operar a estabilidade da economia e a retomada do crescimento econômico. No governo Lula, entre 2003 e 2010, o país cresceu quase como a China. Qual o segredo?
Meirelles e o Ministério da Fazenda, que era grandemente influenciado por ele, souberam entender a economia local e sua conexão com a economia mundial e mantiveram a estabilidade que havia sido conseguida, a dura penas, no governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.
Apesar da indicação de Lula da Silva, a ex-presidente Dilma Rousseff não quis bancá-lo para o Ministério da Fazenda. Tempos depois, com a queda da petista, assumiu o vice-presidente, Michel Temer. Convocado para o Ministério da Fazenda, Meirelles, em pouco tempo, reajustou a economia do país, que voltou a crescer.
Então, quando disserem que Meirelles nada fez por Goiás, como alguns sugerem, talvez seja necessário prestar atenção num fato: quando alguém quer chegar ajudar um Estado — seja Goiás, Mato Grosso ou outro qualquer —, é vital ter uma política econômica ajustada, realista. Portanto, ao colaborar para manter o país ajustado, Meirelles contribuiu, de maneira decisiva, para o fortalecimento de Goiás e, claro, de todo o país. Indiretamente? Não. Diretamente.
Há algo mais a se dizer sobre Meirelles. Primeiro, é competente. Segundo, é decente. No Senado, se eleito, chegará com cacife de ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do Banco Central. Dado o currículo, a possibilidade de se tornar presidente da casa não será remota.
Ah, Meirelles é goiano de Anápolis. E é primo de Aldo Arantes, ex-presidente da UNE e ex-deputado federal pelo PC do B, do ex-deputado federal Marcelo Melo (DEM), de Luziânia, e do jornalista e ex-presidente nacional da ABRASSP, Paulo Melo (Republicanos) de Luziânia, que mora em Brasília.
Com informações do Jornal Opção.