Nesta semana, a população terá 120 pontos de descarte de equipamentos, em administrações regionais, estações do metrô e parques ecológicos
Fotos: Renato Alves.
Neste Dia Internacional do Lixo Eletrônico, o GDF lançou oficialmente o Reciclotech, programa pioneiro no Brasil que prevê logística reversa e recondicionamento de materiais, com polos de economia circular e formação especializada de jovens. Com investimento de R$ 3,2 milhões, o principal objetivo é promover a inclusão digital a partir de doação de computadores readequados para uso. De resultado, o DF já conseguiu dobrar o número de pontos de entrega voluntária (PEVs).
Em breve, a população do DF já terá 120 endereços de descarte consciente de equipamentos espalhados pelo DF: 84 já têm endereço e os demais serão instalados até o fim da semana. Eles estão em administrações regionais, estações do metrô e parques ecológicos, por exemplo. O objetivo é promover a conscientização do descarte correto de lixo eletrônico. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente (Sema), isso vai bater a meta estipulada pelo Acordo Setorial de Eletroeletrônicos do governo federal, que é de um a cada grupo de 25 mil habitantes.
O Reciclotech foi idealizado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e é gerido pela Programando o Futuro, Organização da Sociedade Civil (OSC) com mais de 20 anos de experiência no ramo. A entidade foi selecionada e habilitada a partir de processo de chamamento público junto à Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). Foi na sede da entidade, no Gama, a cerimônia de lançamento do programa.
“É um grande projeto de inclusão social e vamos contar com a participação da sociedade, para que todos doem equipamentos que serão reciclados e colocados na mão de quem mais precisa. Precisamos fazer com que as oportunidades e a internet de qualidade cheguem para todos”, discursou o governador Ibaneis Rocha. Destacando o potencial de vanguarda do DF, o chefe do Executivo valorizou a modernidade da reciclagem dos resíduos eletrônicos.
Para o titular da Secti, este é um passo em direção ao futuro. “É uma revolução tecnológica na capital da República. Preparar os jovens para o mundo da tecnologia tem sido uma prioridade. Vamos facilitar o acesso e a capacitação de pessoas de baixa renda nas tecnologias da informação e comunicação, com cursos e oportunidades de primeiro emprego, democratizando a tecnologia”, disse Gilvam Maximo.
A expectativa é que mil toneladas de lixo eletrônico sejam coletadas por ano, com potencial para criação de 100 laboratórios de informática a partir do alcance de cinco mil equipamentos doados. Na vertente da capacitação, o plano é que, anualmente, mil jovens a partir de 14 anos passem por cursos de informática básica, manutenção de computadores, redes e robótica.
Inclusão e desenvolvimento social
Coordenador do Programando o Futuro, Vilmar Simon, celebrou: “este é um dia que vai ficar para a história!”. “Trabalhamos por um país com mais inclusão social. Com a pandemia, a internet passa a ser ainda mais fundamental daqui para frente. Temos aqui o maior centro de recondicionamento de computadores do Brasil”, observou. Segundo as autoridades, a previsão é que o projeto seja ampliado a outras regiões administrativas.
Inovação e tecnologia também são assunto de desenvolvimento social, lembrou a titular da pasta, Mayara Noronha Rocha. “Aqui estamos incentivando, investindo na sustentabilidade, que é uma exigência mundial, e ensinando um novo pescar. É mais uma esperança para a população. É momento de se reinventar, renovar e acreditar em potencialidades”, observou.
O evento contou com a presença do vice-governador, Paco Britto, dos secretários de Governo, José Humberto Pires, de Desenvolvimento da Região Metropolitana, Manoel Gervásio, além da administradora regional do Gama, Joseane Feitosa, do direror-presidente da FAP-DF, Marco Antônio Costa Júnior, e da reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abraão.
Também participaram a secretária Nacional de Juventude, Emilly Coelho, o assessor da Secretaria-Executiva do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Alexandre Villain, os deputados Federal, Júlio César, e distrital Marins Machado.