Setembro Amarelo: Unidos para salvar

O mês de setembro vem tendo há alguns anos uma grande relevância na prevenção ao suicídio no Brasil. O Setembro Amarelo, campanha que visa prevenir e combater um mal que vem afligindo milhares de brasileiros, o suicídio, mostra em dados levantados pelo Ministério da Saúde que em média 32 brasileiros morrem por dia, vítimas de si e da fragilidade do Estado. Muitos sem a devida atenção básica garantida para amenizar os males que as fizeram cometer tal ato



Voltando nosso olhar para a realidade dos condomínios, esses pequenos espaços sociais nos quais hoje vivemos em busca de “segurança” que não encontramos fora dos muros, vamos debater alguns temas que tangenciam a atuação de síndicos e administradoras de condomínios, em busca de participar do Setembro Amarelo.

Sabemos que vivemos numa sociedade cada vez mais doente, onde os indivíduos se afastam cada vez mais dos seus iguais. A tecnologia nos prende dentro de nossos quartos, a arquitetura vem absorvendo a necessidade das novas famílias de mais individualidade, onde mais quartos é igual a menos convivência das mesmas. Então o que fazer?

A sugestão é que nesses mesmos condomínios, nos quais nos “isolamos”, esquecemos muitas vezes que são espaços coletivos onde podemos transitar e termos lazer, tanto com nossos familiares quanto com os nossos vizinhos.

Como o slogan da campanha do Setembro Amarelo deste ano é “Falar é a melhor solução”, nada melhor do que criar maneiras de relação entre os moradores. Essa já é uma excelente maneira de atuar com a prevenção do suicídio, dando condições para que um indivíduo morador destas comunidades tenha voz e peça ajuda. As pessoas que tem mais pretensão ao ato são em sua maioria sozinha, com um estado de solidão e carência afetiva, que em muitos casos buscam espaços para se isolarem.

Pode parecer estranho, mas os condomínios são excelentes para isso. Num lugar de tantas pessoas reunidas, termos uma condição favorável para a solidão. Dada assim a importância dos síndicos de propor encontros, festas, gincanas, a fim de trazer esses moradores ao encontro de outros, pois é muito fácil identificar um indivíduo com características suicida ou depressiva, principalmente quando temos a oportunidade de estarmos perto, convivendo, de forma social e sadia.

Transformar as famosas reuniões de condomínio em um espaço de discussão de temas atuais da sociedade, como prevenções e campanhas do governo de cunho social, preenche uma lacuna, que não estamos conseguindo suprir, pois muitas dessas pessoas demoram a procurar uma ajuda especializada. Uma forma muito interessante para envolver os moradores é buscar dentre os condôminos profissionais da saúde que queiram ajudar nessas intervenções ou até mesmo convidar um profissional de fora.

É notório que muitos desses eventos de suicídio acontecem em condomínio. Por fim, a ideia é fazer um caminho contrário pela qual boa parte da sociedade vem se conduzindo, pois os recursos estão à mão de todos nós, que é nossa colaboração. Somos além de tudo seres sociais. Nossa compaixão pode mover-se para um bem comum e próspero.

Alan Santos – Psicólogo clínico/Especialista.
CRP 16/2740

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